quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A chuva e eu

Cá estou eu de volta ao meu refúgio virtual num momento inusitado: sentada na cadeira de frente para o computador e completamente encharcada. Isso porque a chuva me pegou no meio do caminho, quando voltava de um encontro com uma amiga.

O engraçado é que eu sempre carrego um guarda-chuva comigo (mesmo que faça um sol escaldante!) porque eu sempre tento evitar imprevistos. No entanto, hoje, mesmo sabendo que a previsão era de chuva, eu saí desprevenida.

Poderia ter corrido na rua, como tantas pessoas fizeram. Ou me escondido e esperado a chuva passar, como preferiram outras. Mas eu não. Andei tranquilamente por toda a rua com o vestido completamente ensopado como se nada estivesse acontecendo. Isso porque aproveitei o momento para pensar. Essa chuva - que poderia ser considerada o acontecimento mais banal do mundo - me soou um presságio.

Num momento em que meu coração já estava mergulhado em tristeza, a chuva chegou para diluir um pouco o sofrimento, que eu tanto tentei evitar. Assim como eu ando sempre com um guarda-chuva, visto sempre minha armadura para me proteger na vida. Só que, às vezes, eu esqueço do guarda-chuva e, às vezes, eu tiro a armadura para deixar que as pessoas se aproximem. Um instante de descuido e o que se tentou evitar por tanto tempo acontece. É nessa hora que a chuva vem. É nessa hora que a dor chega.

O banho de chuva foi bom. Lembrou-me que o inesperado sempre acontece e que o sofrimento é inevitável. Ah, e foi engraçado também. Consegui até arrancar uma risada do meu porteiro - sempre de mal com vida - que ficou com pena de mim e me indicou um ambulante que vende guarda-chuva por R$ 5. Muito bom!

Lavei a alma e despertei um sorriso espontâneo. Ganhei o dia.